A humildade é a virtude dos grandes. Aqueles que se deixam guiar pelo Espírito de Deus, cada vez mais tomam consciência da grandeza de Deus e de sua própria pequenez. Quem não se sente pequeno ao contemplar a maravilha do Universo? Como não sentir-se mínimo diante da bondade e da misericórdia do Senhor?
Quando paramos para refletir a vida daqueles que nos precederam na fé e que são protótipos para nós em nossa vida cristã, vemos que quanto maior a santidade, maior também a humildade e o reconhecimento do ser pecador. Exatamente porque a santidade não é um privilégio ou resultado de nossos méritos, mas uma abertura à ação de Deus. Como o Santo Padre falou em sua catequese semanal do dia 9 de fevereiro deste ano: “a santidade não é uma obra nossa, muito difícil, mas é precisamente esta «abertura»: abrir as janelas da nossa alma, para que a luz de Deus possa entrar, não esquecer Deus, porque é precisamente na abertura à sua luz que se encontra a força, a alegria dos remidos”.
O próprio Cristo “esvaziou-se de sua glória e assumiu a condição de um escravo, fazendo-se semelhante aos homens (Fl 2,7)”. A encarnação do Filho de Deus é a maior demonstração de humildade que poderíamos conceber. Sendo Deus, humilhou-se assumindo a condição humana.
A Santíssima Virgem também é para nós exemplo de humildade. No momento da Anunciação, ao saber que seria a Mãe o Salvador, não se engrandece, mas se auto-entitula “escrava do Senhor”. Depois reconhece em seu célebre cântico do Magnificat: “O Poderoso fez em mim maravilhas”(Lc 1,49)! Daí em diante assume uma postura de serviço e disponibilidade à vontade de divina que a levará até os pés da Cruz, momento de dor inimaginável.
Os santos e santas todos nos deixaram grandes lições de humildade. Eles fazem questão de se chamarem de pobres, miseráveis, ruins, e tantas outras coisas. Isso porque se sentem tão amados por Deus e percebem o quão pouco retribuem esse amor. Santa Teresa Teresa de Jesus diz: “O verdadeiro humilde há de desejar sinceramente ser tido em pouco... (Caminho de Perfeição15,2)”. Eles entenderam bem o que o Senhor quis nos ensinar quando nos disse: “quem quiser ser o maior, seja o servo de todos”.
Com grande tristeza vemos em meio às nossas comunidades e aos nossos movimentos, pessoas que se sentem escolhidas e especiais. E se acham no direito de condenar todos aqueles que, por sua fraqueza, erram. Parecem usar suas vidas como parâmetro para julgar a dos outros. Acham que por se declararem cristãos, ou “convertidos”, são melhores do que todos. Parece que suas vidas não tem mais muitas dimensões, as quais podem ser sempre acompanhados de um sentimento sadio da presença de Deus. O que importa é falar de Deus, de Igreja, e só isso. Aqueles que não vivem assim, são “incoerentes”.
Fica o forte apelo do Senhor e nosso para que estas pessoas aprendam a lição de humildade que tantos, mais santos que nós, nos deram. Deixamos para eles a frase do Apóstolo Paulo: “Quem está em pé, cuidado para não cair”. Não nos julguemos, mas nos ajudemos no caminho que nos leva a perfeição.
Manoel Gomes, Vocacionado Paulino.
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