terça-feira, 21 de agosto de 2012

Vocação: chamado de Deus... serviço aos irmãos



               Nos dias atuais torna-se cada vez mais comum se ver pessoas decepcionadas com as escolhas feitas, insatisfeitas com suas vidas, arrependidas de suas decisões. Em um mundo que oferece tantas possibilidades, as pessoas parecem ficar perdidas. Diante de tantas opções, qual escolher?

               Muitas vezes o critério utilizado para a escolha de um caminho não é a felicidade do indivíduo, mas simplesmente o quanto de dinheiro vai cair por mês em sua conta. Dessa maneira, fica sempre mais esquecido o conceito de vocação. Na juventude, etapa tão importante para essas decisões, as pessoas são fartamente aconselhadas a buscarem profissões que paguem bem, quase nunca a buscarem aquilo que as realizariam como pessoas humanas.
               Não obstante tudo que foi dito, todo ser humano tem uma vocação. Vocação no sentido profundo do termo, como chamamento, como predisposição a algo. Cada pessoa sente em seu íntimo uma inclinação para determinada tarefa ou estilo de vida. Alguns não imaginam como se pode ser médico cirurgião, outros não se imaginam fazendo outra coisa. Uns não suportam a idéia de viver como casados, outros nem pensam na possibilidade de viverem como solteiros para sempre.
                Religiosamente falando, entende-se esse chamamento como um chamado divino. É Deus que coloca no coração de cada homem e de cada mulher o desejo de fazer algo que o realiza e que o leva à felicidade. Deus quer, antes de tudo, que todos sejam felizes. A vocação específica de cada um é o caminho que o Senhor mostra para que esse objetivo seja alcançado.
                Por isso não é estranho se dizer que a vocação é o chamado de Deus à felicidade. Felicidade que não é entendida egoisticamente, mas como felicidade geradora de vida, pois uma vez felizes, transmite-se essa felicidade e se busca a alegria de outros. A vocação é também, dessa forma, caminho de serviço. Ninguém deve optar por uma vocação pensando somente em si, mas no que pode servir à humanidade.
A Igreja, como ilustra o Apóstolo Paulo ( 2 cor 12), é um corpo formado por muitos membros. Não se espera de ninguém ser igual aos outros, mas encontrar seu lugar. Leigo, religioso (a), padre, missionário, são caminhos que podem levar as pessoas a um encontro com sua realização. Nenhum desses caminhos pode ser escolhido por pressão ou por medo de decepcionar alguém, mas unicamente por convicção de que, daquele jeito, a pessoa será feliz.
                 Neste mês vocacional, somos convidados a buscar nossa vocação e a reacender em nós o desejo de seguir esse chamado de Deus. Agradecidos ao Senhor pelo dom que ele nos dá, nos coloquemos a serviço daqueles que ele nos confia. Os esposos queiram viver para o outro, os pais para os filhos, os padres para seus fiéis, os religiosos para seu povo. Assim, convictos do chamado de Deus e dispostos a servir, será bem mais fácil encontrar os caminhos que nos levarão a uma vida plena. “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância”. (Jo 10, 10).



Manoel Gomes, Seminarista Paulino









2 comentários:

Gustavo Oliveira disse...

no caso das criticas das pessoas, principalmente da família, qual a atitude que uma pessoa cristã deve tomar?

capela de mocos disse...

As críticas são inevitáveis e, até certo ponto, necessárias. Evidentemente, o peso destas críticas aumenta conforme a importância da pessoa que está criticando. Cada um deve ter bem claro em sua mente que é o primeiro responsável por tudo o que acontece em sua vida. É importante tomar decisões levado por convicções pessoais e não por comentários, favoráveis ou não. Resumindo: aceitar as críticas, perceber até que ponto elas tem um sentido, descartar aquelas que só tem por objetivo atrapalhar, e seguir em frente. "Cada um de nós compõe a sua própria história e cada ser em sí carrega o dom de ser capaz, de ser feliz"