Estou me preparando para dar uma palestra sobre a Bíblia para um grupo de jovens de minha cidade. Mais de um sentimento vem ao meu coração neste momento. Que bom saber que há jovens preocupados em conhecer melhor a Palavra de Deus, em buscar intimidade com o Senhor. Mas como é triste ver que tantas pessoas, muitas vezes no seio das comunidades, vivem afastadas dessa palavra. Fico imaginando como tudo seria diferente se vivêsse-mos, de fato, nossa fé a partir da Bíblia.
Vejo também que o mês de setembro está chegando ao fim e que muitas pessoas talvez nem sabem que esse mês é dedicado à Bíblia. Será que esse mês trouxe algo de edificante para nossas vidas a partir de nossas experiências com a palavra de Deus? Só nesse mês devemos buscar intimidade com este Livro?
Toda nossa vida deve ser iluminada pela luz que emana da Palavra de Deus. Como nos diz o salmista, “tua palavra é lâmpada para meus pés, luz para o meu caminho (Sl 118, 105)”. Infelizmente, muitas vezes vivemos tudo e somente aquilo que decidimos ser o melhor. Nossas atitudes, nossas palavras, nosso jeito de ser, tudo tem eu demais e, muitas vezes, Deus de menos. Não é isso que deveria ser percebido em nossos relacionamentos e em nossa sociedade.
São Jerônimo, o grande responsável pela tradução da Bíblia para o latim, diz que “ignorar as Escrituras é ignorar o Cristo”. Dessa maneira, não há verdadeiro conhecimento de Jesus sem o conhecimento das Sagradas Escrituras. Se quisermos ser cristãos autênticos temos que ser cristãos bíblicos, isto é, temos que viver a partir da palavra de Deus. A superficialidade que percebemos em nossas comunidades não seria fruto deste “ignorar as Escrituras”?
Não é tão difícil perceber o apelo que fica para nós a partir destas questões. É mais que urgente criarmos em nossas comunidades e em nossos grupos uma cultura bíblica. É o que a Igreja vem nos pedindo, como nos diz o papa Bento XVI em sua exortação apostólica Verbum Domini: “Desejo indicar algumas linhas fundamentais para uma redescoberta, na vida da Igreja, da palavra divina, fonte de constante renovação, com a esperança de que a mesma se torne cada vez mais o coração de toda a atividade eclesial” (VD 1).
Cabe a nós deixarmos que essa “palavra divina” ilumine, de fato, nossa vida. Que nos aproximemos sempre mais dela para conhecermos sempre melhor nosso amigo e salvador, Jesus Cristo. E que façamos o esforço necessário para em meio a tantas vozes reconhecer a voz de Deus. Que, dessa forma, possamos pautar nossa vida e nossas ações sempre pela palavra de Deus e seus ensinamentos.
Manoel Gomes, vocacionado Paulinos
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