terça-feira, 7 de agosto de 2012

A “Experiência” de Deus Em Minha Vida, 3ª Parte




A “Experiência” de Deus Em Minha Vida
“Eu vim de lá do interior, aonde a religião ainda é importante. Lá se alguém passa em frente da matriz, se benze, pensa em Deus e não sente vergonha de ter fé.” Pe.Zezinho


3ª PARTE: A Minha Adolescência (dos treze aos dezoito anos de idade)
                No início da minha adolescência aconteceu algo que, na época, eu não entendia o porquê: me afastei daqueles que, até então, tinha como amigos. Daí em diante a minha vida ficava um pouco mais difícil, pois eu não tinha os mesmos costumes que os adolescentes, da minha idade, costumavam ter. Este fato fez com que só aumentassem as opiniões do povo sobre o meu futuro (ser padre), já que eu não fazia (diziam eles) coisas erradas. Eu não gostava daqueles comentários, pois, para mim, meu modo de ser não correspondia a querer ser padre. E de fato eu não queria!
                Naquela época eu era visto como um exemplo de menino: não bebia, não jogava etc. Talvez este tenha sido o motivo da minha “separação”: não queria ser apenas um maria-vai-com-as-outras.
                Foi nesse mesmo tempo que minha irmã Alice (batizada no mesmo dia que eu) manteve contato com as Irmãs Paulinas de Recife e, após trocar algumas cartas e participar de alguns encontros vocacionais, decidiu nos deixar e trilhar um novo caminho de acordo com aquele carisma. Ela foi chamada a ser mais do que apenas via no espelho, muito mais além que somente um corpo. A saída dela para o convento foi um grande marco na história da minha família. Isso ocorreu em fevereiro de dois mil e três.
                Com treze anos, fiz mina primeira comunhão. Acho que ainda não sabia muito bem o significado de tudo aquilo, mas sabia que era algo bom, era o correto a fazer. Após a primeira eucaristia já não tinha mais a obrigação de estar semanalmente naquele espaço, por isso me afastei um pouco.
                Existia, naquela época, um grupo de jovens que se reuniam sempre aos domingos de manhã, era muito animado, vinham jovens de várias famílias. Um dos coordenadores era meu Tio, este me convidou a fazer parte daquele grupo e eu, sem pensar muito, aceitei. A minha paróquia é dividida em comunidades rurais e quase todas tinham o seu grupo de jovens que, às vezes, se encontravam e faziam uma grande festa, conhecida como jornada da juventude, aqueles foram momentos inesquecíveis para cada um de nós.
                Aos dezesseis anos passei a estudar à noite. E apesar de querer aprender, aquilo era quase impossível, pois a maioria dos alunos não se comportava, alguns professores não se preocupavam e quase todo mundo se lascava. Lembro que gostava muito das aulas de biologia, mas como não tinha um bom material, ficava apenas no superficial. Em dois mil e seis concluí o meu ensino médio.
                Com dezessete anos comecei a pensar em minha vida. E agora, que rumo tomarei? O que será de mim daqui para frente? A resposta eu não tinha, mas de uma coisa eu sabia: não queria era passar o resto da minha vida trabalhando na roça. Isso eu não queria. Pensei em dar continuidade aos meus estudos, mas como se condições eu não tinha, nem tampouco minha família? Ah mas, como sonhar não paga imposto, eu nunca deixava de sonhar.
                Em dois mil e sete fui convidado, por uma amiga, a dar catequese, junto com ela, para crianças. E logo depois para ser coordenador daquele grupo jovem por outra amiga que em seguida deixaria a comunidade para, também, viver em comunidade com as irmãs clarissas franciscanas. Esta última, após quase dois anos de experiência, decidiu se afastar daquela comunidade e, até hoje, não mais voltou.
                Quando eu estava perto de atingir a maioridade algo subjetivo, indescritível em palavras, passou a acontecer comigo: comecei a sentir uma energia estranha no peito. No começo não dei a mínima, depois percebi que aquilo passava a acontecer com frequência. Cheguei a sentir medo, mas depois percebi que aquilo só me ocorria enquanto participava das missas e, mas especificamente quando se aproximava a parte da oração eucarística. Aquilo se repetiu por várias vezes, até que eu me acostumei. Hoje já tem um bom tempo que aquilo não acontece mais. Seria aquilo alguma espécie de experiência mística, um tipo de chamado ou algo assim?
                No final de dois mil e sete fui visitar ao meu tio no seminário redentorista lá em Recife. Naquela ocasião pude conhecer alguns pontos turísticos de nossa capital, assim como sua parte histórica e um pouco de sua cidade vizinha, Olinda. Foi naqueles mesmos dias que eu tive o primeiro contato com um computador e meu primeiro acesso à internet que tive na vida.
                Após ter sido convidado para a coordenação daquele grupo jovem, fiz amizade com muitos, dentre os quais o irmão de minha amiga que era, também, coordenadora. Com ele construí uma grande amizade. Tínhamos e temos até hoje muitas coisas em comum. Assim como eu, ele também curte alguns assuntos que não são comuns para a maioria do povo, como os mistérios universais, por exemplo.

“Yo vengo del interior, donde la religión aún es importante. Se álguien pasa en frente a una cruz él habla con Jesús y no siente verguenza de su fé.” Pe.Zezinho
Joel Cícero daSilva, Belo Horizonte, Junho de 2012.

Nenhum comentário: